Ayumi: Uma Jornada Digital pela Saúde MentalAyumi: Uma Jornada Digital pela Saúde Mental

A tecnologia tem o poder de mudar o mundo,

e, no meu caso, sempre esteve conectada a algo maior do que código.
No último semestre da minha graduação, fui desafiado a desenvolver um projeto de extensão que atendesse aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. Tive a oportunidade de escolher entre o ODS 3 (Saúde e Bem-estar) e o ODS 6 (Água e Saneamento Básico).

Como alguém que sempre se interessou por psicologia, entender o intrapessoal e o interpessoal é fascinante. Decidi investigar de perto a saúde mental, optando pelo Objetivo 3.

Eu estava com 17 anos quando terminava a minha graduação, então sempre convivi em uma dualidade de ambientes: O dos jovens adultos e o dos adolescentes. Por estar dentro de tal ecossistema, cheguei a uma conclusão: O projeto de extensão, de alguma forma, seria sobre saúde mental de adolescentes e jovens adultos.

O que descobri foi impactante.

O problema que encontrei

Após entrevistas, questionários e conversas com pessoas entre 14 e 21 anos, inicialmente da rede pública de ensino da Bahia, e eventualmente ao redor do Brasil inteiro, encontrei tais dados:

A gigantesca maioria dos jovens prefere desabafar com amigos, ao invés da família.

Porém, mais de 30% sente que não tem amigos para quem desabafar caso necessário.

Além disso, cerca de 20% respondeu que, por mais que tenham amigos, não sentem confiança o suficiente neles para desabafar.

Unindo todos esses dados, a informação é clara: Vivemos em uma gigantesca problemática de saúde mental na população jovem.

Sem amigos disponíveis para conversar, o silêncio e a solidão podem acabar tomando espaço. E, em momentos de recaída (muitas vezes durante a madrugada), a falta de alguém para ouvir pode agravar ainda mais a dor.

Além disso, percebi outro ponto crucial:

👉 Para muitas famílias de baixa renda, procurar um psicólogo é inviável, seja por questões financeiras, estigmas negativos familiares ou pela falta de conhecimento de como iniciar um tratamento.

Foi aí que nasceu a ideia da Ayumi.

Quem é a Ayumi?

A Ayumi é uma inteligência artificial criada para ser uma primeira escuta segura.
Ela não substitui um psicólogo, nem um amigo de verdade. Mas pode ser:

• Um primeiro passo para quem ainda não sabe como ou onde buscar ajuda.
• Um espaço para desabafar sem julgamentos, especialmente em momentos de solidão.
• Uma forma de organizar pensamentos quando tudo parece confuso.
• E, talvez o mais importante: estar sempre disponível, mesmo nas madrugadas em que não há ninguém para conversar.

Onde ela nasceu e cresceu

A Ayumi começou como meu projeto de conclusão de curso.
Deixou de ser apenas uma ideia no papel quando foi aplicada em diversas escolas públicas, alcançando jovens que precisavam de acolhimento em momentos críticos.

Ver a Ayumi em uso foi uma experiência transformadora: perceber que uma ferramenta digital poderia oferecer um respiro em meio à tempestade emocional.

Filosofia por trás da Ayumi

A Ayumi não é um substituto para acompanhamento psicológico profissional.
O que ela oferece é algo diferente: um ombro digital, um porto seguro temporário, um atalho para o alívio imediato — enquanto o estudante encontra caminhos mais sólidos para cuidar de sua saúde mental.

Mais do que tecnologia, a Ayumi carrega uma filosofia:
👉 ninguém deve enfrentar sozinho os momentos mais difíceis da vida.

Reflexão final

A tecnologia, quando bem usada, tem o poder de nos aproximar.
A Ayumi existe para mostrar que até em um aplicativo pode haver acolhimento, escuta e cuidado.

Mas, no fim das contas, nada substitui a presença humana: um amigo, um professor, um familiar ou um psicólogo.
A mensagem que deixo é simples: conversem, escutem e estejam presentes uns para os outros.

Às vezes, uma única palavra de apoio pode fazer toda a diferença na vida de alguém.

✍️ Escrito por Wallace Batista, criador da Ayumi.

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